Este espaço é para aqueles que amam a poesia e faz dela uma forma de ver o mundo com "outros olhos".
Total de visualizações de página
SEJAM BEM VINDOS E BEM VINDAS!!!
Neste blog você encontrará lindas poesias de autores renomados e da minha autoria. Fique a vontade para apreciar e comentar as publicações que mais lhe agradar.
Um abraço!!!
Ana Rosa
Um abraço!!!
Ana Rosa
terça-feira, 2 de março de 2010
Eu Sou do Tamanho do que Vejo
Da minha aldeia veio quanto da terra se pode ver no Universo...
Por isso a minha aldeia é tão grande como outra terra qualquer
Porque eu sou do tamanho do que vejo
E não, do tamanho da minha altura...
Nas cidades a vida é mais pequena
Que aqui na minha casa no cimo deste outeiro.
Na cidade as grandes casas fecham a vista à chave,
Escondem o horizonte, empurram o nosso olhar para longe de todo o céu,
Tornam-nos pequenos porque nos tiram o que os nossos olhos nos podem dar,
E tornam-nos pobres porque a nossa única riqueza é ver.
Alberto Caeiro, in "O Guardador de Rebanhos - Poema VII"
Heterónimo de Fernando Pessoa
Ninguém o Tinha Amado, Afinal
O pastor amoroso perdeu o cajado,
E as ovelhas tresmalharam-se pela encosta,
E de tanto pensar, nem tocou a flauta que trouxe pira tocar.
Ninguém lhe apareceu ou desapareceu.
Nunca mais encontrou o cajado.
Outros, praguejando contra ele, recolheram-lhe as ovelhas.
Ninguém o tinha amado, afinal.
Quando se ergueu da encosta e da verdade falsa, viu tudo:
Os grandes vales cheios dos mesmos verdes de sempre,
As grandes montanhas longe, mais reais que qualquer sentimento,
A realidade toda, com o céu e o ar e os campos que existem,
estão presentes.
(E de novo o ar, que lhe faltara tanto tempo, lhe entrou fresco
nos pulmões)
E sentiu que de novo o ar lhe abria, mas com dor,
uma liberdade
no peito.
Alberto Caeiro, in "O Pastor Amoroso"
Heterónimo de Fernando Pessoa
Cantiga do Campo
Por que andas tu mal commigo?
Ó minha doce trigueira?
Quem me dera ser o trigo
Que, andando, pisas na eira!
Quando entre as mais raparigas
Vaes cantando entre as searas,
Eu choro ao ouvir-te as cantigas
Que cantas nas noutes claras!
Os que andam na descamisa
Gabam a violla tua,
Que, ás vezes, ouço na brisa
Pelos serenos da lua.
E fallam com tristes vozes
Do teu amor singular
Áquella casa onde cozes,
Com varanda para o mar.
Por isso nada me medra,
Ando curvado e sombrio!
Quem me dera ser a pedra
Em que tu lavas no rio!
E andar comtigo, ó meu pomo,
Exposto ás chuvas e aos soes!
E uma noute morrer como
Se morrem os rouxinoes!
Morrer chorando, n'um choro
Que mais as magoas consolla,
Levando só o thesouro
Da nossa triste violla!
Por que andas tu mal commigo?
Ó minha doce trigueira?
Quem me dera ser o trigo
Que, andando, pisas na eira!
António Gomes Leal, in 'Claridades do Sul'
Versos perfumados
Quero te oferecer versos
Com perfume de flor
Flor de laranjeira
Flor de jabuticabeira
Flor do campo
Qualquer flor
Que exale a fragância
E o néctar do amor
Quero te oferecer versos
Com essência de mar
Versos com cheiro de cio
Em noites de luar
Versos com aroma
De fruta madura
Colhida no tempo adequado
No tempo do amor madurado
Do sentimento serenado
Em caminho andado
Úrsula A. Vairo Maia
AR
Amo as coisas que faço e
Nunca abandono as pessoas que gosto.
Acredito no amor, na parceria e na amizade.
Romântica? Nem sempre! Às vezes,
Oprimida por amar de verdade.
Sou livre para pensar e disposta a sempre me
Apaixonar.
Nunca abandono as pessoas que gosto.
Acredito no amor, na parceria e na amizade.
Romântica? Nem sempre! Às vezes,
Oprimida por amar de verdade.
Sou livre para pensar e disposta a sempre me
Apaixonar.
Assinar:
Postagens (Atom)