Total de visualizações de página

SEJAM BEM VINDOS E BEM VINDAS!!!

Neste blog você encontrará lindas poesias de autores renomados e da minha autoria. Fique a vontade para apreciar e comentar as publicações que mais lhe agradar.
Um abraço!!!
Ana Rosa

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Motivos da rosa


Não te aflijas com a pétala que voa:
também é ser, deixar de ser assim.

Rosas verá, só de cinzas franzida,
mortas, intactas pelo teu jardim.

Eu deixo aroma até nos meus espinhos
ao longe, o vento vai falando de mim.

E por perder-me é que vão me lembrando,
por desfolhar-me é que não tenho fim.
Cecília Meireles

Carona


Existem coisas na vida
Que nos deixa frustrada
Como pedir carona
Na beira de uma estrada

É isso que acontece
Com nós as professora
Que vive todos os dias
Essa vida opressora.

Mas com o passar do tempo
Fomos acostumando
E de tanto pedir carona
Acabamos gostando.

Como depende de nós
Ter uma vida alegre
Nos divertimos com isso
Com os fatos que se segue.

Todo dia estamos lá
Nunca ficamos na mão
Vamos é de rilux
Carreta ou caminhão.

Na estrada é assim
Não tem nenhum segredo
A gente fala e sorri
Sente frio e sente medo.

No começo tinha até briga
Para ver quem ia primeiro
Ganhava quem era rápida
E corria mais ligeiro.

Um dia aconteceu
Um fato muito bizarro
Edileuza e Deiziane
Quase quebra a porta do carro.

Comigo foi diferente
Só acredita quem viu
Eu ia entrando no carro
O motorista saiu.

Jonilde também sofreu
Dava pena está vendo
Foi despedir de Edileusa
E o carro saiu correndo.

Não dava pra segurar
Uma estridente rizada
Não é mole levar um fora
Na beira de uma estrada.

Tem cada situação
De tamanho desagrado
Imagine que eu e Deise
Fomos com um cara drogado!

No meio do caminho
Não tinha prá onde correr
O moço parou o carro
E disse agora eu vou descer.

Quando estamos com medo
A anciedade nos consomem
Mas Deise estava pronta
Pra poder matar o homem.

Mas tudo ficou tranqüilo
Parece que deus nos ampara
Me fiz de corajosa
E passei a perna no cara.

Um dia eu e Carla
Estávamos a esperar
De repente um anjo loiro
Parou e nos mandou entrar.

O homem além de lindo
Era todo educado
Tinha um jeito gostoso
Sensual e delicado.

Para ele ser um anjo
Só faltava ter asas
Levou-nos ao paraíso
Só acordamos em casa.

Sempre achamos carona
De segunda a segunda
Muitos olham pra nossa cara
Outros, olham pra bunda.

Só teve uma vez
Que ficamos na estrada
Pois o cara estava bêbado
E nem enxergava nada.

O carro saindo da pista
Já começamos tremer
Foi aí que Edlene disse:
Pare agora nós vamos descer.

Não pense que é só pedra
Que achamos neste caminho
Pois eu e Edileusa
Um dia achamos Marquinho.

Não dá para descrever
Um homem como aquele
Qualquer um fica abestado
Só de olhar para ele.

Tem um sorriso lindo
Inteligente, sem igual
Só não quis prender nós
O tal do policial.

Eu não sei o que acontece
Com os colegas de riacho
Deve ser do mesmo jeito
Não tenho certeza, eu acho.

Vagner de vez em quando
Vai embora com um cara
Se rola alguma coisa
Eu não sei ele não fala.

Fernando acabou desistindo
Mas bem que ele tentou
Não sei qual foi o trauma
Que esse menino passou.

No decorrer desses anos
Surgiu tanta história
Que nunca será esquecida
Não sairá da memória.

Acho que falei demais
Vou ficando por aqui
São emoções muito fortes
Só passando prá sentir.

Ana Rosa, 12/2010

Amigos de trabalho


Gostaria que me ouvissem
Com um pouco de atenção
Pois vou falar de uma coisa
Que trás muita emoção
falarei dos meus amigos
Do fundo do coração.

Quando a gente vive junto
E partilha algum momento
Começa a surgir em nós
Um gostoso sentimento
Criamos afinidades
Compreendemos pensamento.

É assim que acontece
Desde algum tempo comigo
No meu local de trabalho
Aprendi o que é ter amigo
Percebi que a amizade
É um verdadeiro abrigo.

Deixe-me apresentar
As pessoas de quem to falando
Convivo todos os dias
Com Carla, Ceiça, Dida e Fernando
Deise, Vágner e carmelita
Mesmo sem saber nos amando.

Ainda não acabou
Tem muita gente por aqui
Edvaldo, cara!
Não pense que ti esqueci
Tem também minhas amigas
Edileuza, Neusa e Riseni.

Apesar das diferenças
Temos algo em comum
Diante da necessidade
Não desprezamos nenhum
Para conhecer melhor
Vou descrever cada um.


Quero falar de Fernando
Mas fico a imaginar
O que dizer de um homem
Que é tão singular
Só sei mesmo que ele é
Um cara espetacular.

Olha só esta pessoa
De quem eu vou falar
Estava até comentando
Mas nem sei o que é que há
Passa o dia inteiro gritando
Edlene fia, vem cá!

Com seu jeito atrapalhado
Sem saber o que fazer
Não é dizer não
Vive trocando a por b
Mas é muito gente boa
Isso eu posso dizer.

Vagner é a criança
Que toda mulher queria ter
Muito honesto e prestativo
No que precisa fazer
Um sujeito homem/menino
Dá gosto lhe conhecer.

Quem conhece Carla
Sabe da sua simpatia
Muito legal e carinhosa
É assim todo dia
Uma pessoa determinada
Sabe viver com ousadia.

Gosta de conversar
Contar piada e repetir
Com seu jeito singular
Faz todo mundo sorrir
É a mais velha da escola
Seu nome é Roseni.



Edileusa é assim
Uma pessoa que brilha
Querida pelos amigos
E pela sua família
Vive com o corpo aqui
E a cabeça em Brasília.

Edvaldo é um cara
Difícil de descrever
Tem tantas qualidades
Que muitos queriam ter
Admiro e acho bonito
O seu jeito de viver.

Chegou a vez de Deise
Uma pessoa iluminada
Sempre alegre e disposta
Não sabe ficar calada
Não tem medo de ninguém
Enfrenta qualquer parada.

Faz tempo que estou pensando
E não sei o que fazer
Pra falar de uma pessoa
Que não sabe o que é perder
Quando ela dá um grito
Faz todo mundo correr.

A todos os meus amigos
Da escola que trabalhei
Deixo um imenso abraço
E os versos que eu falei
Esteja onde estiver
Nunca os esquecerei.
Ana Rosa, dezembro de 2010

Adeus


Onde quer que eu esteja
Para qualquer lugar que for
Não deixarei morrer
A luz do nosso amor.
A vida aprontou comigo
Por isso não posso ficar
Porém, mesmo vivendo longe
Não deixarei de te amar.
O que chamas de abandono
Não é mais que uma recuada
Um tempo dado ao tempo
Uma tentativa frustrada.
Só Deus sabe de mim
O quanto quero você
Como é grande o meu desejo
De amar, sentir e viver.
O destino é nosso amigo
Quero nele confiar
Apesar dos desencontros
Cada um tem seu lugar.
Ana Rosa, 09/11/10

José


E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José ?
e agora, você ?
você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
que ama protesta,
e agora, José ?

Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José ?

E agora, José ?
Sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro,
sua incoerência,
seu ódio - e agora ?

Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora ?

Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse…
Mas você não morre,
você é duro, José !

Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja a galope,
você marcha, José !
José, pra onde ?
Carlos Drummond de Andrade

Dúvidas


O que é que eu faço agora?
Fico ou vou embora?
Por que essa indecisão
Que persegue minha visão?
Maldita melancolia!
Que me confunde todo dia.
Será que existe em mim uma ferida?
Ainda não sei o que quero da vida.
Qual é a minha possibilidade
De nesse mundo ser feliz de verdade?
Se alguém sabe me diz agora
Não me rejeite, não me ignora.
Se pode realmente, venha me responder
Pois estou perdida, não sei o que fazer.
Ana Rosa, 09/11/10

Poetiza das horas tristes


É assim que me sinto agora
Um pássaro ferido e aflito na gaiola
Não tenho forças nem coragem de lutar
É triste demais ter asas e não poder voar.
Uma fraqueza sedenta me consome
A desilusão e a tristeza fazem uso do meu nome
Me usam, abusam da minha situação
Nem sequer se dão ao luxo de me pedir permissão.
Na frente um vazio imenso
Não faz sentido nada que penso
Pareço uma fonte seca
Onde a água deixou de minar
Onde as flores não brotam mais
Nem os passarinhos vêem cantar.
Como um bichinho assustado
Ferido e maltratado
Sem dono e sem amor,
Ando descompassada
Sem rumo sigo vivendo
Não sei para onde vou.
Ana Rosa, 15/09/10